quarta-feira, setembro 03, 2008
Antes de tudo: eu sou eu ou sou minha sombra? Às vezes penso que não sou mas, se estou certa, como posso ser? Ademais, essa que vos escreve pode ser minha sombra, muito embora sombra ou eu, de qualquer jeito não sou. Poderei aspirar ser sombra ou ser eu, quando descobrir quem diabos eu sou? Ah, sejamos práticos. No momento, sombra ou eu, eu ou sombra, sou alguém se perguntando como é que se faz para não querer perguntar. Ah, sim: por que é que eu tenho que ser não sendo? O fato é que eu e minha sombra, ou eu-eu e eu-sombra, caminhamos desgovernadas para lados opostos; eu descaminhando e ela caminhando ou vice-versa, dependendo de quem eu for. Sendo eu-eu ou eu-ela, estou sempre descaminhando. Estou? Às vezes descaminho parada. E a gente se encontra é no descaminho ou no caminho, mesmo? Levando-se em conta meu estado de não-ser, creio não estar perdida, tampouco achada. Mas de repente a lua desponta lá no horizonte azul celeste em mutação para a cor ausente ou a não-cor e me rouba um sorriso... Apenas um. Descaminho e Caminho inesperadamente ganham uma translucidez cada vez maior até se dissolverem quase por inteiro (inteiro?), convergindo para um ponto aparentemente único chamado praça. Já parou pra pensar na sua visão da praça? Sabe de qual praça estou falando. Eu e sombra, e agora já não importa a semântica, sentam-se frente a frente e brindam com o mesmo copo. Nada dizem. (Quem sabe até faça sol amanhã...)
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Um comentário:
... perder-se também é caminho.
beijos!
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